O inferno (dos outros) é verde

Em mais uma noite avassaladora de Libertadores, o Palmeiras presenteou seu torcedor com uma virada brutal e mostrou — mais uma vez — , que no Allianz Parque, o inferno (dos outros) é verde

Pedro Henrique Brandão
3 min readJun 8, 2023
Foto: GE / Reprodução

O torcedor mais desatento pode até nem ter se dado conta, mas nos primeiros 45 minutos do encontro entre Palmeiras e Barcelona de Guayaquil, o Alviverde sofreu. E não é exagero afirmar: estranhamente, penou como raramente acontece com esse time.

Quando o apito do colombiano Andres Rojas soou para o intervalo, o inacreditável placar de 0 a 2 apontava a vitória parcial para o visitante equatoriano. Quem procurou saber o resultado da partida no intervalo, intimamente e por ironia, se questionou: será que o Palmeiras está enfrentando o Barcelona da Espanha? Se sim, Messi deve estar em campo.

Passado o espanto pelo placar e o susto pela atuação displicente, a confiança na virada era a palavra de ordem para o segundo tempo, que traria de volta a avalanche alviverde com a qual Abel Ferreira habituou o palestrino. Na arquibancada, a torcida dobrou a aposta e deu o ritmo do atropelo que estava prestes a acontecer.

Numa atmosfera espetacular para um time que perdia por 2 a 0, logo no primeiro minuto Gustavo Gomez diminuiu o prejuízo. A pressão seguiu e em apenas 13 minutos da etapa final, a vantagem do visitante já não existia. Piquerez decretou o empate.

Com o 2 a 2 construído rápida e naturalmente, a virada era questão de quando e não mais de se. Aos 25 minutos, o Barcelona voltou a realidade de Guayaquil. Arthur aproveitou o rebote e anotou o gol da virada.

Apenas 25 minutos, senhoras e senhoras! Esse foi o tempo necessário para que o Palmeiras virasse o placar. Um Palmeiras histórico, brutal, colossal, bárbaro, descomunal, monstruoso, extraordinário, assombroso e que não permite que se poupem os adjetivos. Uma vitória que levou o Palmeiras a 31 jogos sem perder em casa e que deixa claro: o inferno (dos outros) é verde.

Abatido, o Barcelona cedeu mais espaços e as substituições de Abel deram mais gás ao já alucinante ataque alviverde. Endrick entrou em campo e na primeira finalização anotou o gol que deu números finais ao jogo: Palmeiras 4 a 2 Barcelona de Guayaquil. Foi o primeiro gol do jovem craque palmeirense em Libertadores.

A vitória levou o Palmeiras ao segundo lugar do grupo C com 12 pontos, a mesma pontuação do líder Bolívar. Justamente o próximo adversário no jogo que vai definir a classificação para a fase mata mata da Copa Libertadores 2023.

Assunto para a próxima noite de emoções e sonhos alviverdes na Libertadores. Por enquanto, o palmeirense aproveita a sensação de torcer para um time que segue escrevendo um dos capítulos mais vitoriosos da centenária história do clube e vai dormir com a expectativa de acordar cedo para curtir o feriado de “Porcus Felizes”.

Foto: Nelson Almeida / AFP

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Pedro Henrique Brandão

Não sou especialista, escrevo do que é especial pra mim. Futebol além das quatro linhas e um pitaco disso ou daquilo. Minha alucinação é suportar o dia a dia.